domingo, 24 de outubro de 2010

Será o fim do sonho com a Triplice Coroa?

Quando parecia que o Santos tinha a chance de se aproximar do líder Fluminense, que hoje empatou com o Atlético PR, o peixe inacreditavelmente perde para o lanterna do campeonato, o Grêmio Prudente.
Depois de fazer 2X0, em casa, o time da Vila Belmiro deixou o de Presidente Prudente não só virar, mas manter a virada com dois jogadores a menos. Dois zagueiros, diga-se de passagem. Ainda teve uma ajudinha do Neymar, que novamente perdeu um pênalti. Assim o Corinthians se distancia do peixe e chega mais perto da liderança...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Há muita vida no deserto!

Pelo menos no Deserto do Atacama. Desde a meia-noite de ontem estou acompanhando a operação de resgate dos 33 mineiros soterrados há 69 dias em uma mina. Confesso que esperava ver homens debilitados, sujos e fracos saindo da sonda improvisada, se é que se pode dizer isso de um artefato que conseguiu resgatar 33 vidas, para a o resgate. Exatamente agora, 22:59h, foi resgatado o último mineiro. E o que vi ao longo de toda noite e o dia de hoje foram homens felizes, gratos, fortes e muitas vezes até mesmo eufóricos. Depois de mais de dois meses vivendo em um ambiente úmido, quente e escuro, surgem seres humanos capazes de se barbear para encontrar suas famílias e em condições de empunharem as bandeiras dos times de seus corações perante toda a imprensa mundial. De onde vem tanta força? O que não os deixou enlouquecer? É certo que houve um apoio psicológico, envio de comida... mas também é fato que antes de serem localizados, ficaram os 33 por 17 dias vivendo, ou melhor, sobrevivendo, com uma escassez e privação absurdas. Questões de gênero à parte, fico me perguntando se fossem 33 mulheres ali se teriam sobrevivido. Depois do sucesso do resgate, vale essa pimentinha! O segundo mineiro a ser resgatado, Mário Sepúlveda, trouxe pedras do fundo da mina como presentes e puxou um grito de guerra que se tornou constante a cada chegada de um novo resgatado. Que me perdoem os nativos aymaras, mas depois de hoje, o deserto passa a ser desses mineiros. Daqui a muitos anos, outros povos hão de ver as escritas e desenhos por eles deixados nas rochas do Atacama. "As Veias Abertas..." de Galeano ganharam um novo capítulo, que tanto pode ser contado sob o prisma das más condições de trabalho dos mineiros quanto pela resiliência, capacidade de organização, fé e tenacidade de 33 seres humanos. Por hoje, eu prefiro a segunda opção.

sábado, 9 de outubro de 2010

O que me faz correr

Por quê, pra quê e pra quem? Outro dia vi uma entrevista do Lenine em que ele revelou que seu pai sempre o incentivava a fazer essas três perguntas no momento em que tinha que decidir fazer algumas coisas na vida. Parece simples, mas tente. Confesso que, sobre alguns aspectos de minha vida, não tive resposta para alguma ou para todas as perguntas. Ou as respostas não me foram satisfatórias. Mas há uma semana com o pé quebrado e triste por não poder treinar, resolvi fazer o exercício das três questões. Putz, como é fácil responder sobre aquilo que se tem certeza. Por quê? Porque há muito tempo (eu devia ter uns dez anos, então... há muito tempo mesmo) assisti a um filme na sessão da tarde em que uma mulher dava umas passadas pela manhã. Nem me lembro sobre o que era o filme. Não sei o nome da atriz, nem do ator, nem o nome do filme, nem nada. Absolutamente nada, a não ser que ela dava uma corridinha pela manhã. Duas cenas, não mais. Mas foi o que ficou. Achei lindo. Achei que ela era feliz naquele momento e quis ser feliz como ela. Só bem mais tarde fui colocar essa busca de felicidade por este meio em prática, mas a cena sempre povoou minhas lembranças. Ok, em frente. Pra quê? Fácil. Tudo a ver com a primeira resposta: pra ser feliz. Quando corro, nos primeiros vinte minutos a cabeça parece muito cheia e o balanço das passadas parece fazer os pensamentos e problemas borbulharem, se agitarem. Mas à medida que continuo, parece que com o movimento as coisas chatas vão caindo, escorregando, vão se esvaindo e dão lugar a planos maravilhosos, revigorantes para o futuro. Ao final da corrida, por mais estranho que possa parecer, estou mais inteira, mais pronta pra vida. A última pergunta, pra quem? Mais fácil ainda. Pra mim e pra todos que convivem comigo por opção ou obrigação. Depois de correr fico melhor comigo e com todos. Não Sartre, "o inferno não são os outros"! Inferno é ter que ficar 45 dias sem treinar!!!